Profa. Dra. Aurora M. G. Gouveia
Médica Veterinária Sanitarista.
Professora da Escola de Veterinária da UFMG
professoraaurora@terra.com.br

 

O tratamento térmico do colostro e a pasteurização do leite, são medidas importantes na prevenção de doenças, sobretudo em plantéis que apresentem problemas de mamites infecciosas, artrite caprina (CAE) ou qualquer outra infecção passível de ser transmitida às crias, através do leite ou colostro.

A pasteurização do leite compreende o processo do aquecimento a 65o.C durante trinta minutos (pasteurização lenta) ou a 75o.C por quinze segundos (pasteurização rápida).

O colostro ou “primeiro leite”, é rico em anticorpos e outras proteínas, que lhe conferem aspecto característico. A pasteurização do colostro é dificultada pelo fato de que, temperaturas muito altas causam sua coagulação, além da destruição dos anticorpos protetores nele presentes; temperaturas mais baixas podem não ser suficientes para inativar os microorganismos porventura presentes idealmente, o colostro deve sofrer um tratamento térmico, sendo aquecido a 56o.C, e mantido nesta temperatura durante 60 minutos, em banho-maria.

O colostro, de diversas cabras, deve ser colhido nas primeiras 24 horas após o parto, e congelado até que se obtenha volume adequado para o tratamento térmico. O processamento de volumes superiores a um litro facilita ao controle e manutenção da temperatura adequada. Recomenda-se que sejam feitas experiências prévias com leite ou mesmo água, para adaptação do recipiente e quantidade mais adequadas, e controle eficiente da temperatura, antes de faze-lo definitivamente com o valioso colostro.

TRATAMENTO TÉRMICO

Colocar o recipiente contendo colostro dentro de outro com água (banho-maria) O nível de água deve ser igual ou maior que o nível de colostro, para que haja, perfeita distribuição de calor. Aquecer verificando periodicamente a temperatura do colostro.

Quando o termômetro atingir a temperatura de 52o.C, retirar ambos recipientes do fogo; continuar agitando lentamente até a temperatura atingir 56o.C e marcar o tempo de tratamento (sessenta minutos). Durante este período homogeneizar freqüentemente, mantendo a temperatura constante de 55-56o.C (Fig.2) através de resfriamento (remover o recipiente interno do banho-maria) ou reaquecimento (recolocar os dois recipientes no fogo).

Findo o período de tratamento, o colostro deve ser resfriado lentamente, e posteriormente congelado em volumes pequenos (100-200 ml), os quais serão descongelados no momento de usar. Os anticorpos maternos presentes no colostro, somente são absorvidos pelas crias, nas primeiras horas de vida; sendo assim, os animais recém-nascidos devem receber precocemente o colostro, na quantidade correspondente a 10% de seu peso.

 

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Tratamento térmico do colostro em banho Maria

 

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Fornecimento do colostro tratado termicamente,
oferecido em mamadeira individual